sexta-feira, 31 de agosto de 2007

PORNO: propaganda facista da supremacia masculina

Existe sociedade sem propaganda?
Qual a função da propaganda?



A propaganda seria essencial pro funcionamento da sociedade e base das relações sociais de troca, a propaganda seria socializadora e diplomacizaria as relações.
Tudo precisa de uma divulgação, seja evento, idéia, campanha.
Anunciar e comunicar. Viabilizar as relações sociais.

Eu vejo a propaganda no capitalismo como uma autopropaganda deste sistema...os marxistas tem uma idéia q chamam de PROPAGANDEAR A REVOLUÇÃO.
Eu compreendo minha prática aqui, além de outras como intervenção urbana e mídia feminista, como uma ação de PROPAGANDA DA REVOLUÇÃO. Falo que propagandeio o feminismo. Toda revolução precisa de propaganda. Seja pra ser construída ou mantida.

O capitalismo e todo seu atual aparato publicitário são peças fundamentais na superestrutura ideológica de manutenção desse sistema e integração dos indivíduos nele. Toda publicidade no capitalismo é assimilacionista, toda publicidade no capitalismo é pro-paganda da situação.

Toda revolução precisou de propaganda pra manter o processo revolucionário de implementação.
Parece que nenhum sistema subsiste sem que sejam os individuos lembrados do porque estão nele e pq estão construindo.
O olhar do ocidente democrata sobre a arte da propaganda soviética chamaria a propaganda soviética de algo facista e alienante, querendo convencer pela força da imposição sumária das qualidades do seu sistema um chauvinismo coletivo.
Mal percebem os críticos o etnocentrismo de sua afirmação, não percebem que nosso sistema é exatamente isso que descrevem. O chauvinismo consumista do capital, sendo articulado por cada sujeito desta ordem.


Sou a favor de contrapropaganda como tática de guerra no capitalismo, eu so a favor de usar os mesmos metodos dos publicitarios, ocupar os espaços visuais e tal pra impor nossa idéia.



propaganda e educação

Toda propaganda seria então, independente do sujeito ou ideologia q lhe articula, uma ´imposição misantropa´, hegemonizante, que subjuga outros a um ponto de vista, toda propaganda seria anticonsensual? Inexoravelmente?

De qualquer forma, nos encontramos em plena violência. Nós mulheres temos nossos sentidos sendo violados todos os segundos pela violência simbólica sexista. São bancas de revista, são cartazes em bares, são cartazes da última playboy do mês, quando não são outdoors de revistas de ´softporno´. São propagandas e mais propagandas sexistas, sejam as de cerveja voltadas pra homens, ou a violência da lavagem cerebral de gênero da IMENSA gama de anúncios voltados pras mulheres, divulgando à ponto compulsório os artifícios feminilizantes da cultura patriarcal ocidental capitalista: shampoos, cosméticos, roupas, moda...ou elementos totalmente veiculados pelo aparato publicitario como é o caso das novelas e outros tantos ramos da mídia.

Sabemos que quem controla nossa sociedade são na verdade os empresários e corporações patriarcais capitalistas, que por sua vez organiza o aparelho estatal pra defesa de seus interesses, remunera os políticos e implanta seus lobbies. Esses mesmos empresários sustentam as imprensas e mídias no capitalismo, que precisam de um patrocinio pra exercer seus serviços. Esse dinheiro impõe uma irreconciliável relação de dependência. O dinheiro determina, o grupo que financia é o grupo que domina e determina o que o grupo patrocinado vai fazer, dizer, ser.

Deste modo, não adianta nada senão aceitar o fato da guerra psicológica e material empregada pela propaganda do capital patriarcal.

A arma fundamental de propaganda da supremacia masculina nesse sistema é a pornografia. Tocar na questão da pornografia é tocar numa questão fundamental, alicerces do Patriarcado em sua atual forma produtiva. A estética pornográfica invadiu todas formas de expressão midiática dessa sociedade. A pornografia determina e contamina todas formas de relações sociais.

As feministas são algo muito bonitinho e ordinário no cenário histórico, até quando tocam nas questões fundamentais de manutenção dessa ordem.
A mídia masculinista não mediu esforços num verdadeiro empreendimento contra o movimento feminista, intentando dá-lo por morto, conformando o senso comum no que conhecemos por backlash, a reação patriarcal, desencadeada pelo feminismo da 2a onda dos anos 70 que radicalizou e tanto denunciou quanto promoveu esforços em desmantelar as estruturas da supremacia macha, onde ficou em pauta duas de suas principais manifestações: os meios de produção desta, a saber a prostituição, e a sua superestrutura ideológica: pornografia. A nazi-propaganda do patriarcado, o isuflador do chauvinismo de gênero.

Está mais que claro que o sujeito ao qual a propaganda se dirige, o que está explicitamente endereçado nela, é o sujeito feminino. As propagandas se voltam em seus 70% para as mulheres e atingem os outros sujeitos e gêneros intencionalmente como vítimas secundárias e necessarias. São centenas de revistas femininas nas bancas a falar de beleza e feminilizações, moda, comportamento. As endereçadas aos homens é pornografia. Os anúncios nas tevês são em sua maioria às crianças definindo papéis de gênero por meio dos brinquedos - principal meio dialético/trabalho de construção mental da criança em qualquer manifestação da espécie humana, e às mulheres. A programação é quase inteira destinada às mulheres, e voltada à sua domesticação.

O sistema se anuncia às mulheres. Gênero é a principal estrutura da ordem social. Mulheres constituem a base dos sistemas de produção e reprodução do capital. Mulheres são a maior parte da mão de obra, é construido pelas proprias forças do sistema um contingente de trabaklho feminino,através da feminilização da pobreza, e assim se constrói o contingente de mulheres proletarizadas que serão usadas no tráfico humano e prostituição. As mulheres são o capital fundamental do sistema. É preciso manter os domínios sobre esse capital.

A guerra da pro-paganda da situação patriarcal é precisa ser combatida. A igualdade e humanização da mulher é uma exigência, uma imposição. A nível ideológico convoco que lutemos com as mesmas armas, devolvamos na mesma intensidade os ataques. É preciso resistir, ocupar os espaços visuais, físicos, intelectuais, com a revolução feminista, que é a revolução da humanidade, que é o núcleo básico de estratégia de destruição do capital, que é a investida mais radical que podemos (e talvez devamos) fazer pra trazer paz à coletividade humana novamente.


**visitem: http://www.mujerespublicas.com.ar/

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