sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

CHILE: Comunicado Urgente. Luta Mapuche

Chamado urgente às organizações populares chilenas e de solidariedade internacional. desinteresse e repressão do estado chileno frente a luta do povo mapuche e greve de fome de 106 dias de Patrícia Troncoso, La Chepa.
Carater terrorista do Estado Chileno para as organizações políticas, sociais ou culturais, de caráter popular, não é nenhuma novidade que em nossas lutas pela justiça e a felicidade para os pobres e marginados, o inimigo, o antagonista, seja o Estado Chileno, pela simples razão de que este Estado não é democrático. Por exemplo, o Poder Executivo no Chile, em muitos aspectos, se comporta igual na Ditadura Militar. Quando Francisco Vidal, portavoz de Michelle Bachelet, disse que ?no Chile existe um estado de direito?, está se referindo a um Estado de Segurança Nacional, que defende uma economia de capitalismo selvagem, herdado da Ditadura de Pinochet. A Presidenta Bachelet, disse essa segunda 21 que o chamado ?segundo tempo? de seu governo vai ter como primeira prioridade a manutenção da ordem pública e que ? vamos manter com toda a força da lei?. O que ela não diz, é que a ordem a que se refere é o silenciamento dos protestos populares, a lei que se aplicará é a Constituição Política de 1980 (aprovada fraudulentamente durante a Ditadura Militar) e leis como a Antiterrorista, criada e usada por Pinochet para justificar o terrorismo de Estado contra a oposição e que ?La Concertacion? (governo de Bachelet) usa para reprimir a protesta social e em particular as lutas reinvidicatorias do Povo Nação Mapuche. Necessaria Solidariedade mutua entre chilenos e mapuches. O movimento Mapuche desenvolve um processo de luta, independente das lutas dar organizações populares chilenas. Se não somos capazes de entender isso, seguiremos cometendo muitos erros que no passado levaram à inviabilização das lutas próprias desse povo e a legítima desconfiança de suas organizações a respeito das nossas. Agora, como o inimigo das organizações populares chilenas é o mesmo capitalismo que explora e domina o povo mapuche e o mesmo Estado que garante as condições para que o empresariado aumente seu capital; é nosso dever a solidariedade mutua e a coordenação das lutas chilenas e mapuche. No sul de nosso país, nas comunidades mapuche, existe um verdadeiro estado de sítio (situação de guerra), é a militarização que denuncia Patrícia Troncoso, La Chepa, com uma greve de fome que já cumpriu 10 dias sem ingerir alimentos. Essa militarização inclui invasões sem ordem judicial por contingentes de mais de 100 homens armados que se movem em ônibus, tanques e helicópteros; agressões que incluem, controle pelos caminhos, destruição de portas, vidros, móveis, cercas e plantações; trato abusivo e degradante, que incluem bofetadas, coronhadas, ameaças com armas a crianças, anciãos e mulheres; roubo de bens, etc... Seqüestro e tortura de Patrícia no Hospital de Chillán. Nos últimos dias Patrícia está virtualmente seqüestrada, já que a levaram ao hospital de Chillán contra sua vontade, a de sua família e inclusive contra a recomendação médica da equipe nomeado pelo próprio governo para realizar um informe a alguns dias, já que eles haviam avisado da necessidade de sua locomoção à Santiago. Em Chillán a estão mantendo na Unidade de Pensionados, já que a Unidade de Cuidados Intensivos que é onde deveria permanecer, está em remodelação, ali está sem um aparato de respiração artificial; o Hospital não conta com alguns médicos especialistas (como neurologista e imunologista), já que estão de férias; o soro que administram é trazido de Santiago, etc. Mas mais grave ainda, quem realmente está a cargo disso são agentes da inteligência, quem informou a imprensa do estado de saúde de Patrícia, nem sequer foi o Diretor do Hospital, senão os médicos carcerários, que mentiram descaradamente a respeito de seu estado de saúde e as condições que mantem à Chepa; as integrantes da equipe médica de confiança de Patrícia não tiveram acesso às fichas clínicas, nem a resultado de exames e muitos informes médicos são de caráter secreto; os funcionários do hospital permanecem aterrorizados pelo controle e as ameaças de represálias se mostram gestos de simpatia por Patrícia ou as manifestantes que a apóiam, o que levou o Presidente do Colégio Médico de Ñuble (província a que pertence Chillán) a denunciar a imprensa o secretismo que reina no hospital e que esse foi convertido em uma prisão de segurança máxima. Ademais, la Chepa foi submetida a uma verdadeira tortura, permanece com proibição de receber visitas; o pessoal que a resguarda come em sua frente; e a mantêm amarrados os braços, pernas e cintura; a drogaram para que ingerisse complementos alimentícios contra sua vontade, violando a declaração de Malta sobre pessoas em greve de fome, adotada pela Associação Médica Mundial em 1991 e revisada em 2006, que assinala que não é ético forçar a grevistas de fome se alimentar. Ela resistiu com todas as forças, e por isso está cheia de hematomas. Essa Terça 22 foi ingressada a uma sala de operações para instalar um cateter endovenoso, pela força, colocando mais uma vez sua vida em risco. Logo ela voltou a manifestar que não vai aceitar ingerir nenhum alimento, enquanto não existam compromissos assinados com datas sobre os benefícios que ela pede para ela e outros 2 comuneros. Por ultimo, essa terça ela frisou, no caso do Estado e o governo de Bachelet a deixe morrer sem atender suas petições, seu desejo de ser enterrada em uma comunidade mapuche. É necessário e urgente redobrar as mobilizações de apoio. O estado de saúde de Patricia é realmente grave, um desenlace fatal pode ocorrer a qualquer momento e frente esse panorama, as organizações populares chilenas e de solidariedade com a causa mapuche não vem sendo suficientemente constantes, nem tivemos a coordenação que provoque feitos políticos de magnitude. Já não servem as ações destinadas a sensibilizar à cidadania, nem as ações isoladas sem transcendência nacional e internacional, já que o único que pode quebrar a insensibilidade do governo é a pressão internacional. Nesse sentido, é necessário realizar ações coordenadas em escala nacional e internacional, por exemplo, multiplicar greves de fome em varias cidades do país e jornadas nacionais de protesto. Pedimos a todas as organizações populares chilenas que façam um esforço adicional e que esta quinta 24 realizemos diversas ações de protesto durante todo o dia e que preparemos para as 19.00hrs a realização de marchas massivas, onde sugerimos que levem cartazes, faixas amarelas que digam: CULPADO POR SER MAPUCHE, em todas as cidades e povos do país. Para Quinta, chamamos também a realizar ações frente a todas as embaixadas e consulados chilenos no mundo. Também pedimos a vocês que façam um esforço extra para fazer chegar informações a todas as agências internacionais de noticias.
MANIFESTEMOS, PROTESTEMOS, DENUNCIEMOS! EXIJAMOS TERRA, JUSTIÇA, LIBERDADE E DIGNIDADE! PELA LIBERDADE DE TOD@S @S PRES@S POLITIC@S MAPUCHE! PELO FIM DA MILITARIZAÇÃO EM WALLMAPU! PELA REVOGAÇÃO DA LEI ANTI TERRORISTA! CONTRA O FEMICIDIO DE ESTADO! CONTRA O ETNOCIDIO! PATRICIA TEM QUE VIVER, PATRICIA LIVRE AGORA!

Desde o acampamento ao redor do Hospital de Chillán. 23 de janeiro de 2008 POR ALEX LEMUN! POR MATIAS CATRILEO! NEWEN PEÑI, NEWEN LANMIEN. MARRICHIWEU!!!

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