domingo, 19 de agosto de 2007


LA RAGE! VINGANÇA DOS INOCENTES!

La rage, do francês: A raiva...Raiva, ódio, perda, esses são os únicos sentimentos que a sociedade capitalista - globalizada – mercantil – espetácular nos reserva.Ela nos roubou a vida como um todo, fomos rebaixados a simples mão-de-obra, mercadoria perecível, desde crianças somos formados com um único intuito: transformar-se em instrumentos do grande capital, doar nossa vida, nossa energia para que os donos do mundo tenham lucro. Viver já não é um verbo adequado, nós apenas sobrevivemos. Ou melhor, nascemos mortos.
Nossa vida está a mercê dos mercados, se ele vai mal, fácil...Ataquemos o Iraque, travemos uma guerra, e simples: a economia se equilibra a custo do sangue de inocentes, sim, o capital também transformou o sangue em dinheiro.
Os empregados exigiam aumento... Terceirizamos a produção na África, na Ásia, ou qualquer outro lugar miserável com um risório piso salarial, utilizando até mesmo trabalho escravo e infantil. No capitalismo globalizado tudo se resolve facilmente a custa do sangue e das condições de vida dos pobres. Sabotagem econômica, destruição do ecossistema, pensamentos escondidos e proibidos, canções guardadas, vigília constante, trabalho, trabalho, trabalho, um pagamento que só nos garante a sobrevivência, e ás vezes nem isso. Eis aqui as promessas de nossa civilização.















Tudo com um único fim, o lucro, só o lucro, ele comanda o jogo. A civilização das prisões, das cercas, das igrejas, dos muros, do alimento guardado, de uma só historia, de uma só cultura. “Consumo, logo existo”, eis a verdade suprema. A sociedade que odeia as minorias, a cultura, os livros, os que pensam. A sociedade da técnica, técnica, técnica. E assim fomos ultrapassados também pela técnica. Perdemos totalmente o domínio sobre o poder, década após década vemos a humanidade se degladiar. Não somos capazes de acompanhar a perfeição de nossos produtos, produzimos mais do que poderíamos imaginar e se responsabilizar. A raiva logo se justifica. Nossa luta pela sobrevivência não tem sentido!Portanto só nós resta uma opção: chutar a poltrona e dançar sob o tabuleiro, esse jogo não pode e nem deve continuar.E agora vocês vem e nos chamam de violentos? De destruidores?Pois é, somos tudo isso, somos o produto da vossa sociedade, somos os renegados, os excluídos, num mundo onde o pobre não tem lugar e a dignidade é transformada em terrorismo nos aparecemos como pragas. Se toda relação deve ser baseada na sinceridade, então sim, somos isso! E ao contrario de nossos inimigos que travam um terrorismo silencioso, uma guerra ás escuras, se escondendo atrás de leis “anti-terrorismo” , censurando, espancando, prendendo e torturando os que apenas querem uma vida digna... Nós não, ao contrario, declaramos nossa guerra aos 4 ventos. Senhores fascistas, neoliberais, capitalistas. Quando se trata de vossas excelências somos sim violentos e intolerantes. Mas que deixemos claro que toda a violência e intolerância têm um começo, e quem começou, ah!Isso todos nós sabemos, assim como sabemos quem paga e treina as forças paramilitares assassinas, seja no México, na Colômbia, ou na África. Assim como sabemos quem planeja a fome e a miséria no mundo. Assim como sabemos quem realmente comanda o tráfico e o crime organizado. E se usamos da violência, é porque já não restou nenhuma outra opção, já não há outro caminho se não o da violência, a do confronto direto. Destruir os símbolos, e a instituições deste inferno.Oh! Como gostaríamos de ser pacifistas, não-violentos! Infelizmente esse estado de “não-violencia” é uma ilusão infantil, se existe violência de um dos lados, esse estado já foi quebrado. E também sabemos muito bem quem o quebrou, se é que ele algum dia existiu.Não me venham com os belos contos romantizados de Gandhi, de Luther King, a demagogia pacifista, o belo discurso, a velha retórica. Talvez marchas obedientes, passeatas, protestos-desfile não sejam a melhor solução. Quebrando a disciplina dominante, é que abrimos o real espaço para a mudança. (100 anos de pacifismo, e nada mudou.)

Nós recusamos os partidos, as vanguardas, e tudo que delimite o pensamento, e a ação individual e coletiva, Não doaremos nosso sangue a nenhuma “causa”, a nenhum partido, a nada! A não ser nossa felicidade, e a felicidade dos demais, “Se não posso dançar, não é minha revolução” (Emma Goldman).

Queremos dançar, e a revolução não poderia ser diferente. Viva os sabotadores da mercadoria, os sabotadores de cercas, de muros, de crenças.Ressaltamos tudo que tenha potencial de curto-circuitar as relações sociais - mercantis, e valores dessa sociedade. Sabendo que essas ações serão taxadas de delinqüentes e vândalas, após décadas de tempestade mídiatica, realmente é isso que restou. Um belo rebanho de telespectadores obedientes. Por isso não deixemos aos especialistas da notícia a função de (des)informar.

”Debaixo das calçadas, está a praia”.

E está














Que belos são os monumentos, as igrejas européias, que rendem tanto dinheiro a nossas metrópoles, pois é, lá está nosso ouro, nosso trabalho!Que belas são as pontes, as rodovias, as ferrovias, os túneis, essas maravilhas arquitetônicas, construídas sob sangue operário. Sob famílias desesperadas, famintas. E Que parte da história reservaram para nós?Nenhuma. Somos apagados da historia oficial, estamos acima do tempo – espaço. Somos fantasmas. Mas nós nunca desaparecemos, sempre estamos ali, lado a lado, batendo de frente com o poder do esquecimento.

Não queremos nada que não tenhamos direito, terra, pão, moradia, justiça, dignidade, autonomia, felicidade. Só queremos restituição, que devolvam tudo que nos é roubado a séculos. Levaram nossa cultura, nossas crenças, nossas terras, e até mesmo nossos filhos.

A voz dos sem voz ainda ecoa!

A voz que foi apagada da história, abafada pelas metralhadoras e pelo poder mídiatico.

A voz negada... Agora ressurge como um grito.

As palavras agora são pedras e voam em direção aos centros.

Tremam, se escondam! É o único que podem fazer. Os gritos ressurgiram por todos os cantos como um feixe de luz na imensa escuridão. Iluminando a história. Revelando os rios de sangue, por detrás das cortinas do grande teatro global. Desentupindo as veias congestionadas das cidades. Incendiando o teatro – tragédia que nos roubou o brilho e a alegria. Levantando os mortos, reclamando novamente nosso nome e nossa história. Já não temos rostos, da mesma maneira que os donos do mundo que se escondem atrás de suas mesas de negociações. Nossa máscara não esconde nossa identidade, ela a revela, nos identifica.





Somos o que há de mais apaixonante e proibido, somos a gasolina dos molotovs, os facões do camponês, o retrato de Ocalan, o fuzil do guerrilheiro, a rádio clandestina, os pneus da barricada, a máscara negra, o espírito Mapuche, as palavras de ordem de 68...

Somos a primeira pedra que dará inicio à Intifada, a pequena faísca da explosão!
Somos o ódio, a revolta, a raiva, a vingança!

A vingança dos inocentes!

La Rage !



















E finalmente um novo espectro assombra o planeta, não, não é o comunismo!

(Tudo aqui escrito se deu utilizando conhecimento adquirido de outros autores, livros, textos, que por sua vez foram construídos utilizando outros pensamentos, outros textos. Num grande ciclo, onde percebemos que o conhecimento é uma propriedade COLETIVA, e não individual. FODA-SE O COPYRIGHT! Faça o que quiser, essa é a regra!).

Um comentário:

REpúlsA disse...

Do caralho!!!!!!!!!!!!!!!!la rage vive!